Pontos principais da apresentação da Irmã Manuela da Rede "Um grito pela Vida" sobre Tráfico Humano – manhã de 08/04/2016
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A Rede “Um grito pela Vida” é uma pastoral organizada da Conferência dos Religiosos Brasileiros - CRB Nacional – na qual colaboram vários grupos de religiosos/as.
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Seu objetivo é a sensibilização sobre a realidade e a problemática do tráfico humano e das mulheres em situação de exploração sexual por meio do tráfico.
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O tráfico humano inclui tráfico de órgãos, tráfico de mulheres, de crianças, trabalho em condições de escravidão e servidão.
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Fenômeno pouco falado e divulgado, que parece distante do nosso dia-a-dia, mas muito difuso, mais do que se pensa.
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Envolve redes bem articuladas, toda uma indústria, grupos criminosos organizados, interesses financeiros colossais.
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A terceira atividade mais lucrativa do mundo, perdendo apenas para o tráfico de drogas e de armas.
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A falta de conhecimento pela sociedade faz com que seja muito difícil a prevenção e a intervenção.
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Envolve sentimentos de impotência, tristeza, desespero, depressão, revolta, etc.
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Na Bíblia é frequente a palavra dos profetas, nos seguintes termos: "Enquanto vocês continuarão explorando meu povo, minha ira há de existir - diz o Senhor”.
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Trata-se de “exploração sexual”, não de “prostituição infantil”. Temos que ter cuidado com os termos.
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É a própria sociedade, e nós mesmos sem saber, que mantemos o circuito da exploração: em SP o tráfico humano está presente especialmente no sistema de produção têxtil. Quanto mais barata a roupa, maior a exploração do trabalho em condições de escravidão.
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O Brasil ainda sofre as consequências da escravidão. Que mundo diferente podemos criar?
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A exploração segue as leis da procura e da oferta.
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Testemunho de mulher explorada sexualmente: "Não aguento mais vender minha carne para comprar carne para meus filhos".
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O tráfico humano começa com um sonho e devolve um pesadelo para as pessoas que caem vítimas.
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Existe uma campanha chamada "Coração Azul" (azul é a cor que representa a tristeza das famílias que perdem seus familiares para o tráfico humano.
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Neste ano de Jogos olímpicos torna-se ainda mais urgente e crucial a sensibilização contra toda forma de tráfico humano.
Tráfico de Pessoas: O que tem a ver conosco?
Pontos da apresentação de Weber Lopes Góes sobre a temática do genocídio da juventude negra, tarde de 08/04/2016.
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Weber tratou da importância do Rap em Festa – evento da cultura Hip Hop, com Break Dance, Rap Music, Grafitti e DJ – que foi realizado por mais de dez anos no Sapopemba como importante instrumento de agregação e formação política para a juventude da região e de toda a capital ligada ao movimento Hip Hop. Cada edição do Rap em Festa juntava dezenas de grupos musicais e milhares de jovens participantes.
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Por que o Brasil é um país que investe no genocídio dos jovens negros das periferias? Porque responde a um projeto de nação construído pelas elites do país que não querem a integração da população pobre. O Brasil precisava ser um país branco e “civilizado”!
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Os adolescentes atendidos por nossas entidades são indesejados, não cabem nesse projeto de sociedade.
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Weber tratou da política do “eugenismo”, a ciência dos bem-nascidos, que pretendia limpar a sociedade de todos os que eram considerados defeituosos biologicamente, o que incluía delinquentes, mendigos, prostitutas, deficientes físicos e mentais, marginais em geral, etc.
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Francis Galton, maior expoente do darwinismo social, media a inteligência para que somente os mais fortes, os melhores, proliferassem. Os pobres eram dispensáveis.
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Tratou da colonização europeia como processo civilizatório de povos tidos como “primitivos” e “selvagens”. Isto justificava as atrocidades cometidas contra eles.
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O Brasil é expert em combater e tentar destruir os movimentos populares. Todas as transformações políticas sempre visavam impedir a ascensão dos pobres.
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Os médicos desenvolveram o movimento eugenista no Brasil. Nina Rodrigues propus códigos penais diferentes para brancos e para negros. Nasceu a Liga Brasileira de Higiene Mental. O ideário do branqueamento se concretizava no “Diploma de Brancura”, livro que formulava a política social e racial no Brasil dos anos 1917-1945. Para Montero Lobato o Brasil não vai para frente porque não teve organizações como o Ku Klux Klan.
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Temos hoje no Brasil mais de 600.000 presos, a grande maioria jovens, negros e pobres. Continua o extermínio que já dura séculos. A repressão contra esta população serve como controle social e econômico e como contenção da demanda social de todas as classes populares brasileiras.